sábado, 27 de novembro de 2010

Jun Sakamoto

Amigos e amigas,

em uma recente viagem a São Paulo, tive a oportunidade de conhecer o badalado restaurante de comida japonesa, Jun Sakamoto.

O Chef Jun Sakamoto, após ter trabalhado em restaurantes em Nova York, abriu o seu restaurante e de forma rápida ganhou muita fama. A primeira vez que eu escutei falar sobre ele foi quando ele foi no programa da Ana Maria Braga dar uma aula para os Chefs de um concurso à la Big Brother... Lembro da pergunta de um dos participantes se podia congelar o peixe. "Pode. Mas depois não pode comer" respondeu de forma espirituosa o célebre Chef.

A fama do Jun Sakamoto não é de ser muito espirituoso - falam que ele beira o mau humor. Se é verdade, eu não sei, pois não o conheci. No entanto, fama maior lhe foi concedida pelo seu restaurante, que basicamente só funciona sob reservas.

Resolvemos ir lá devido à sugestão de dois amigos, Fernanda e Duda, que não se conhecem, mas que conhecem ótimos restaurantes em São Paulo. E fomos de improviso, sem reservar, num sábado (descobrimos "in loco" que é o dia em que o Chef não está presente no restaurante). No entanto, compartilhamos o menu idealizado por ele.

Caso o leitor queira conhecer o "corte" do próprio Sakamoto é necessário reservar um banco no sushibar, onde só há 8 lugares disponíveis, nos horários núcleos (se não me engano, os horários bases são 19h e 21h... Verifiquem com o restaurante!).

Posso garantir que o menu preparado pelo Sous-chef é excelente - o que mostra toda a qualidade da casa.

Bom, pedimos um sakê no câlice para acompanhar o nosso jantar - um sakê do tipo karakuchi, que, como nos foi explicado, significa "boca seca".

De entrada nos foi servido Hiyashi Somen - um macarrão super fininho e gelado sobre um molho tipicamente japonês, onde o temperamos adicionando gengibre ralado. Não conhecia esse macarrãozinho japonês, de modo que pra mim foi uma entrada supreendente.

O menu do Sakamoto consiste basicamente de sushis - tradicionais e especiais...

Inicia-se a degustação com diversos sushis tradicionais - salmão, atum, robalo, pargo etc. Embora os sushis fossem de diversos peixes tradicionais, posso garantir que o gosto era muito especial. Isso devido aos temperos usados (shishô e shoyu sob medida). O atum, por exemplo, vinha temperado com foie gras. Cada um vinha temperado com algo especial. Em alguns sushis, o garçon recomendava não usar o molho shoyu, por ja ter sido temperado antecipadamente.

Após essa primeira leva de sushis veio a segunda leva com sushis feitos com ingrendientes diferenciados, como água viva, mexilhão, a deliciosa vieira com flor de sal, trufas e limão e a interessante lula com sal do hawaii.

A terceira leva veio acompanhado dos peixes cavalinha, serra e o uni (ouriço do mar) - se não conhece, pode se assustar com o seu aspecto, mas tem que provar! A quarta e última leva veio com enrolados de barbatana de tubarão - que não lembra em nada com barbatana - e de shirau, um conjunto peixinhos japonêses, quase transparentes. Além destes enrolados, ainda veio nesta quarta leva uma enguia grelhada - nunca havia provado e a achei bem consistente, ainda que um pouco adocicado pelo tempero (tarê).

Após todos estes suhis, veio o melhor: um tartare de atum sobre um leito de foie gras "gelatinoso". Combinação bem saborosa.

Por último veio um consomê de ostras - de todos os pratos, foi o que menos gostei. Ostra pra mim tem que ser "in natura".

A finalização do menu, na minha opinião, foi perfeita: sorvete de maçã verde com gelatina de sakê. Fantástico. O frescor e a citricidade deste sorvete é o "gran finale" dessa orgia gastronômica.

Bom, para quem gosta de comida japonesa ou quer aprender um pouco mais sobre esta culinária, acredito que valha a pena conhecer o Jun Sakamoto. Pra mim, um carioca apaixonado por uma boa comida, só de conhecer esse restaurante já valeu a viagem à São Paulo. Mas prepara o bolso, pois boa comida japonesa é mais cara por essência e o Jun Sakamoto cobra bem pela sua qualidade.

Beijos e Abraços,

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@viverparacomer


Jun Sakamoto
Rua Lisboa, 55 - Pinheiros.
Tel.: (11) 3088-6019.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Pousada do Caju - São Miguel dos Milagres

Amigos e amigas,

recentemente viajei para um lugar muito interessante, que não posso deixar de registrar - São Miguel dos Milagres, mais precisamente Povoado do Toque. Este povoado (isso mesmo, um povoado!) fica a uma distância de 2 horas, de carro, ao norte de Maceió, Alagoas. Como não conhecia nada em Alagoas, preciso confessar que só cheguei lá devido a duas recomendações: da Vanelle, que sempre me ajuda a arquitetar as minhas viagens através de sua agência de viagens, a Contemplar Turismo, e do Ricardo Freire, blogueiro e viajante profissional.



A Vanelle me recomendou: "Henrique, um lugar que você deve ir, que em três ou quatro dias são suficientes é São Miguel dos Milagres... Uma praia deserta de água quente, um sol... Tudo maravilhoso". Ela ainda me falou sobre a Pousada do Toque, dizendo que era imperdível, mas... Achei muito caro!

Alguns dias depois, escutei no rádio o Ricardo Freire recomendar também uma viagem para São Miguel dos Milagres. Além da Pousada do Toque, ele recomendou algumas outras e voilà... Descobri a existência da Pousada do Caju.



Antes de falar da Pousada do Caju e de sua gastronomia, há de se falar sobre este povoado e os seus arredores. Primeiro, pra quem é São Miguel dos Milagres?

Basicamente para casais. Por quê? Não há cidade, não há noite, não há agito, não há nada. Assim, imagino que se você estiver sozinho ou em grupo querendo ir para night, acho que lá não é o seu lugar...

Por não ter nada, apenas uma praia deserta - você pode andar pelado, pois não encontrará ninguém! - piscinas naturais da praia do Toque,

passeio no rio Tatuamunha e visitar o manati conhecido como Aldo, o farol de Porto de Pedras, passear de bicicleta pelas praias... Enfim, muito nada para fazer que vai ajudá-lo a rejuvenescer uns 4 anos. Ah... Descobri que há umas ondinhas, para quem surfa, mais ao sul, localizado na praia dos Morros.



Diferentemente de Maragogi, cidade localizada na divisa com o estado de Pernambuco, que possui um turismo de massa, São Miguel dos Milagres é um povoado reservado... Um povoado com poucas pousadas, que podem hospedar um numero super limitado de pessoas - e é justamente isso que torna São Miguel dos Milagres um lugar mais do que especial. Torço para que isso continue dessa forma!

Em nossa estadia em São Miguel dos Milagres ainda tivemos a sorte de presenciar o festival musical promovido pelas pousadas da região, o Concerto ao Entardecer, onde se apresentavam diversos músicos locais. No final de semana em que estivemos por lá, o festival foi realizado na Pousada da Amendoeira (Músico João Albrecht).

A nossa pousada era sensacional. Com uma piscina agradabilíssima, a pousada tinha uma estrutura pra ninguém botar defeito. O quarto era lindamente decorado, com um room service de primeiríssima, sendo ainda totalmente descontraído e sem excessos.


A receptividade e a atenção de seus proprietários é digna de registro. Os proprietários, José Carlos e Alírio, são portugueses e administram a pousada há pelo menos uns 4 anos. Sempre pronto para uma resenha, Alírio dava recomendações de tudo: melhores passeios, melhor momento para fazer o passeio, aonde comprar artesanatos locais, o que comer e, inclusive, recomendações de vinhos portugueses (dois vinhos do Alentejo: Rapariga da Quinta e Chaminé).


Além deles, tive o contato com a equipe da pousada, que sempre muito atenciosa, deixa você muito a vontade. No café da manhã, lembro do capricho do Bartô; no atendimento do bar, lembro da presteza do Gedson; e da magia, ao fazer drinks, do Januário - que também nos atendeu diversas vezes no jantar.


Ainda conversamos muito com um casal que também estava hospedado na Pousada do Caju - como eles gostavam muito de comida e restaurantes, os estimulei muito para que eles fizessem um blog sobre o tema. Aliás, eles me deram diversas dicas de ótimos restaurantes em Maceió - espero poder retornar a Alagoas para verificar.



Bom, a comida da pousada era realmente um sucesso: o café da manhã divino, servido diariamente com um biju de queijo com presunto e sempre acompanhado com alguma comida surpresinha no cardápio. Sucos sempre oferecidos a gosto! E comer naquele ambiente, com aquela brisinha suave pela manhã, transformava qualquer café da manhã em um momento sublime...



Como comia-se intensamente no café, não havia almoço. Alguns hóspedes iam almoçar em outras pousadas, com um intuito também de conhecê-las. Não conseguimos. Apenas petiscamos à beira da piscina.


Mas, caso haja vontade de almoçar em alguma outra pousada, é recomendado fazer uma reserva, pois como não há uma rotina nas pousadas locais em receber "gente de fora", periga a pousada escolhida não estar preparada para recebê-lo. Me falaram que a comida é divina também na Pousada Aldeia Beijupirá e na Pousada da Amendoeira - aliás fomos muito bem recepcionados pelos proprietários da Pousada da Amendoeira quando fomos ao Concerto Musical. O restauarante deles, em termos de ambiente, é muito agrdável também.

Supreendentemente, me falaram que, embora a comida seja muito boa, o restaurante da Pousada do Toque é o que menos atrai - relataram que ele é muito "fechado" não tendo a característica charmosa dos restaurantes das demais pousadas... Será? De qualquer forma, acredito que valha conhecer a bela Pousada do Toque.

No tocante à comida servida no jantar da Pousada do Caju, posso dizer que fiquei embasbacado com a qualidade oferecida por eles. Em todo jantar era possível comer algo que me supreendia. Inclusive, a carta de vinhos oferecida era muito boa. Lembro que na nossa primeira noite pedi uma champagne, que não conhecia, chamada Pierlant - nas palavras de Alírio, "um ótimo custo benefício". Concordo. Ainda mais bebendo-a sob a luz das estrelas!

Em meu primeiro jantar, comi um risoto de Funghi... É... Com manteiga, era um verdadeiro risoto!

Na segunda noite, dividimos tambem um robalo ao forno, com acompanhamento divinos...


E, lembro que na última noite comemos um risoto de camarão também maravilhoso.


Enfim, foram três noites para se tirar o chapéu!

Relamente, eles tão fazendo lá na Pousada do Caju algo diferenciado. Eles estão oferecendo um diferencial quanto hotelaria de pousada e um diferencial quanto a gastronomia servida também. Impressionante! Ainda mais sabendo da dificuldade das pousadas locais em obter os produtos que deveriam ser simples, como peixe, camarão, etc. na região (Alírio me contou que embora o povoado seja basicamente de pescadores, os pescadores pescam com o intuito de subsistência. Não fazem vendas firmes com constância.)

Recomendo muito a conhecerem São Miguel dos Milagres, a praia do Toque e, em particular, a Pousada do Caju... Ainda mais se você gosta de comer bem.

Vai ficar na minha memória a minha chegada na pousada a meia noite e meia, cansado, depois de pegar um vôo de 2 h e mais 2 h de estrada... Cheguei e fui encaminhado ao meu quarto. Preocupado, perguntei ao José Carlos, um dos proprietários: "Preciso preecher alguma ficha de check-in?" Ele balançou a cabeça negativamente e disse: "Descansem. É a única coisa que vocês precisam fazer. Descansem!"


Beijos e abraços


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Pousada do Caju
Sitio da Praia, Povodo do Toque - São Miguel dos Milagres
Tel.: (82) 3295-1103 (82) 9927-1558 (82) 9927-1557

sábado, 13 de novembro de 2010

Os Chefs da Cozinha Confidencial de Bourdain

Amigos e amigas,

acabei de ler o livro do célebre Anthony Bourdain - Cozinha Confidencial, já comentado em um post aqui ateriormente.

Bom, após essa magnífica leitura - que recomendo muito - resolvi escrever esse post que tem o intuito de mapear quais são os restaurantes de Manhattan recomendados pelo Tony Bourdain, sob a ótica dos chefs os quais ele reverencia. Ou seja, esse post é um post totalmente para aquele fã de Manhattan, ou para aquele cara que vai viajar para lá e quer fazer um bonito.



Como esse livro foi publicado nos EUA em 2000 (no Brasil somente em 2001), rastriei onde os chefs preferidos de Bourdain estavam naquela época e onde eles estão agora, em 2010. Como participo de uma comunidade de food-lovers de New York, perguntei aos meu nobres comensais de lá se essa lista ainda está atualizada e quais teriam sido as modificações.

O pessoal da comunidade me relatou que alguns chefs foram introduzidos nesta lista, outros já não são mais tão laureados por Bourdain. Todos os comensais me recomendaram ler o novo livro de Bourdain - Medium Raw -, lançado em 2010, que ainda não tem tradução para o português. Segundo eles, este livro dá uma atualizada na lista de Bourdain de 2000.

Dentro em breve, começarei a ler o Medium Raw - pelo que eu li de crítica, além de ser muito bom também, está sendo considerado uma continuação do Cozinha Confidencial. Ou seja, de fato teremos um novo post sobre os favoritos de Bourdain mais atualizado.

De qualquer forma, fiz questão de escrever sobre os favoritos de Bourdain extraídos do Cozinha Confidencial, pois os chefs bons mesmos continuam em sua lista atual - alguns foram adicionados, outros retirados. Mas a base, com certeza, é a mesma!

Ressalto a importância desta lista, pois em Manhattan há muito restaurante-armadilha e/ou há muitos restaurantes para turistas... Exemplo: quem nunca ouviu falar do Tao, Buddakan ou Spice Market? Todos ótimos, né? Mas são todos com aquele contexto asiático, "na moda", super recomendados para os turistas. Vale lembrar que há, inclusive, um post aqui no blog, o Manhattan Picadinha, sobre estes últimos dois restaurantes...

Mas onde os real newyorkers vão? Onde eles acham que vale gastar a mais por uma comida que os remeta a algo especial? E onde é que os "newyorkers Chefs" comem com emoção após uma longa e dura jornada de trabalho?

É... Se você é tão curioso quanto eu, se você quer saber o que tem atrás daquela porta azul do segundo andar da Time Warner Building, se você quer saber o quão tão fundo o coelho branco adentrou no buraco ao lado da árvore... Bom, então leia o mapa da mina abaixo, estude, se programe e... Voilà! Bem-vindo ao clube.

Lista dos Chefs de Tony Bourdain (Cozinha Confidencial):

- Tom Colicchio
Em 2000, quando Bourdain publicou o seu livro, Tom Colicchio trabalhava no badalado Gramercy Tavern.

Os tempos mudaram... Hoje Colicchio possui uma rede de restaurantes, mas eu acredito que o seu principal restaurante seja o The Craft. Escutei que ele está em alta: acabou de ganhar o prêmio James Beard de melhor chef de 2010. Além disso, Colicchio é o hedge judge do desfio Top Chef.

Talvez valha a pena pesquisar qual é o restaurante de seu grupo mais interessante e de melhor custo benefício.


- Rocco DiSpirito
Foi considerado por Bourdain, em 2000, um "semi-deus" no ofício de chef do Union Pacific Restaurant - hoje fechado. No entanto, algo estragou a amizade dos dois, pois escutei recentemente que Bourdain anda o criticando bastante... Coincidência ou não, DiSpirito não é headchef de nenhum restaurante atualmente... É visto como juiz do programa Top Chef - assim como a maioria desta lista.


- Gray Kunz
Gray Kunz, em 2000, era o principal arquiteto culinário do célebre Lespinasse, que já não existe mais. Abriu um restaurante em Honk Kong - Café Gray Deluxe. Atualmente ele não é responsável por nenhum restaurante em NYC...


- Eric Ripert
O franco-americano Eric Ripert continua à frente do super estrelado Le Bernardin - 3 estrelas do Michelin. Como ele vive aparecendo nos programas de Bourdain, acredito que ele ainda o reverencie bastante...


- David Bouley
O Bouley Restaurant é ainda uma referência do bairro de Tribeca... Não sei se ainda é um dos favoritos de Bourdain, mas... Bom, a dica que escutei de newyorkers que gostam do Bouley é que o almoço possui Fix-Price Menu mais em conta do que o jantar. Será?


- Jean-Louis Palladin
Este com certeza não está na lista atual, pois ele faleceu logo depois da publicação do Cozinha Confidencial. Ele era o head chef do restaurante que levava o seu nome: Jean-Louis at Watergate.


- Scott Brian
Na Cozinha Confidencial de Anthony Bourdain, há um capítulo inteiro dedicado ao Chef Scott Brian, o "Vida de Brian". Neste capítulo, Bourdain tece tantos elogios a Brian que ao fechar o livro você fica querendo comprar imediatamente um ticket pra NYC só para poder conhecer todo o perfeccionismo descrito. Segundo Bourdain, Brian possui apenas um compromisso: fazer uma excelente refeição, sem o menor pingo de vaidade! Chef sem vaidade... Difícil!

Em 2000, Brian era o responsável pelo Veritas - que está temporariamente fechado para reformas e é premiado até hoje pela carta de vinhos oferecida.

Hoje Brian não pertence mais ao Veritas. Ele assumiu a cozinha do Apiary. O melhor de tudo é que o Apiary possui um menu de três pratos por US$ 35,00 - provavelmente o mais barato dentre todos esses semi-deuses de Manhattan.


- Thomas Keller
Talvez Thomas Keller seja o Chef de cozinha mais badalado dos EUA desde 2000. Hoje, além do The French Laundry, em Napa Valley (Yountville), na Califórnia, Mr Keller é o head chef do Per Se - considerado por muitos o melhor restaurante de NYC.

Não tenho dúvida de que Bourdain ainda possua um grande apreço por Keller. Há um vídeo editado no youtube em que Bourdain visita o French Lanundry, juntamente com Eric Ripert e Scott Brian... É possível vê-los emocionados a cada prato que chega!

Bom, provavelmente Tony, como Chef, tem razão em invejá-lo: fazendo tantos programas de televisão e escrevendo tantos livros, ele nunca fará o que Keller faz... E Keller é reconhecido: é o Chef de cozinha norte-americano mais laureado pelo guia Michelin: 6 estrelas (3 estrelas pelo Per Se e 3 estrelas pelo French Laundry).


Enfim, essa é a lista... Se você acredita que quem faz o restauarante é o Chef, e se acredita que um Chef tão polêmico quanto Anthony Bourdain pode avaliar com alguma credibilidade outros Chefs, então... Bom proveito!

Após ler o Medium Raw pretendo reatualizar esta lista, com o intuito de continuar mapeando os restaurantes de NYC. Ou seja, um serviço de utilidade pública ao leitor do blog!

Beijos e Abraços,

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@viverparacomer



P.S.

Vale registrar que através das discussões que tive com os comensais da comunidade "Food-lovers de NYC" - e foram muitas - posso adiantar que existem ao menos mais dois Chefs nesta lista acima: Daniel Humm, do Eleven Madison Park, e David Chang, do restaurante Momofuku - o EMP é atualmente um dos restaurantes preferidos dos newyorkers e o blog já publicou post sobre ele. Enquanto o Momofuku, confesso que desconheço.

Outro fato curioso é o registro de uma conversa entre Bourdain e Scott Brian, no livro Cozinha Confidencial, sobre a cozinha molecular e revolucionária de Ferran Adrià, a base de "espumas" e "pó". Em 2000, ambos desconsideravam profundamente esta nova "escola".

No entanto... Parece que após uma visita ao restaurante de Ferran Adrià, o El Bulli, na Espanha... Tudo mudou!

Há quatro vídeos no youtube chamados "Decodificando Ferran Adrià" que explicam essa mudança de conceito. Aviso: quem ver estes vídeos será amaldiçoado pelo desejo! rs

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O império Otomano - Turquia

Por Tiago Prota

Segue a trilogia do Tiago Prota. Neste último episódio ele descreve alguns restaurantes que ele foi (ou tentou) em duas cidades da Turquia, à saber, Selçuk e Istambul. Com diversas fotos enviadas, foi difícil escolher quais fotos deveriam ser selecionadas para o post. Bom, espero que gostem e ao viajarem para Turquia lembrem das dicas do Tiago!


I. SELÇUK


I.1) Okumuslar Pide Salonu

“Seltchuk” é a pronúncia correta desta cidadezinha turca que fica bem perto de Êfesus, uma grande e bem conservada ruína romana que já foi um dos maiores entrepostos comerciais do império no oriente. Depois de um dia cheio de história pela visita as ruínas e ao museu de Êfesus, além da Catedral de São João, fomos caminhar na rua principal do centro, calçada e fechada para carros. Na caminhada, todo restaurante tem um caça turista, que tentava nos pescar mostrando o cardápio aberto com belas fotos da comida. Mas a gente resolveu andar mais, até que chegamos na frente de uma pizzaria cheia de locais. Não tivemos dúvida e entramos na Okumuslar Pide Salonu. Comemos uma autêntica pizza turca, que estava uma delícia. Além da pizza, pedimos um prato de cogumelos que chegou borbulhando, igualmente fabuloso. No final, como cortesia, o bom e velho chá de maçã... nem precisa dizer que voltamos no outro dia!



II. ISTAMBUL


Istambul é uma cidade realmente fascinante. Até hoje é o lugar mais pós-moderno que conheço, em que a modernidade ocidental convive com hábitos seculares muçulmanos. Os contrastes constantes fazem da cidade um lugar especial. E os restaurantes não deixam nada a desejar.

II.1) The House Cafe



Essa é uma cadeia de restaurantes que está presente em vários lugares na capital turca. Faz um estilo “cool”, com um cardápio enorme de petiscos, pratos, drinks e sobremesas. O the house mais legal é o de Orkatoy, um dos cartões postais da cidade, é cheio de barzinhos onde as pessoas vão no final da tarde pra jogar conversa fora e fumar narguilê... Fica ao lado de uma mesquita construída às margens do Estreito do Bósforo e quase abaixo de uma ponte metálica que liga a parte ocidental a oriental. O restaurante fica bem ali. Na entrada, já sentimos o ambiente meio sofisticado do retaurante, mas o legal mesmo é sentar em uma das mesas do lado de fora, pertinho do Bósforo.



O atendimento é muito bom e a comida idem. Pedimos um Smoothie diferente, de maracujá, banana e pêssego. De entrada, couscous com funghi, espinafre e cebola caramelizada. De prato principal, experimentamos um risoto ao limão siciliano com coração de alcachofra e camarões e um linguini de frango com cogumelo Porcinni. De sobremesa, um satsumi cheesecake, bem diferente. Tudo uma delícia.




II.2) Istambul 360°

Depois de andar o dia todo, decidimos ir ao 360°, que é bem famosinho. O lugar fica meio escondido, em uma das ruas mais movimentadas da cidade, mas que só passa pedestre e um bonde. Com dificuldade achamos o prédio e pegamos o elevador para o último andar. Não tínhamos reserva, mas como era cedo, imaginamos que poderíamos ser atendidos. Chegamos no restaurante e estava vazio, pois a “hora alegre”, quando o pessoal sai do trabalho, não tinha começado ainda e as mesas estavam todas reservadas. Perguntei se tinha algum problema se a gente se sentasse no bar, mas educadamente a hostess disse que até poderíamos, mas infelizmente eu não poderia ficar porque o restaurante tem um “dress code” e eu estava de bermuda... até pensei em descer e comprar uma cala, mas pedimos pra tirar umas fotos e descemos para repetir a dose no The House, que tinha outra unidade do lado do prédio... Fica a dica. Se quiser comer com uma vista fantástica da cidade, faça uma reserva, e não apareça de bermuda! Quanto a comida, não posso dizer, mas não pode ser ruim um lugar que esgota as reservas em uma plena terça-feira. Muito pelo contrário.


II.3) Alibaba

Depois de uma visita pela manhã a Aya Sofia e a Cisterna Yerebatan, caminhamos até a Mesquita Sulleymaniye, que estava em obras, fechada para visitação. Já estava na hora do almoço e saímos dos jardins da mesquita por uma rua de pedestres cheia de restaurantes. Tinha uns 5 restaurantes, mas só um estava cheio. Resolvemos que era ali que iríamos almoçar. O esquema do lugar é pedir porções. Como o inglês do garçom não ajudava muito, ele me levou até a cozinha para escolher o que iríamos comer. Escolhi um picadinho de berinjela com carne moída e molho de tomate, feijão branco apimentado e cordeiro com berinjela. O cordeiro não tava lá essas coisas, mas o picadinho de berinjela com o feijão estava divino!

Beijos e Abraços,


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@viverparacomer


I. SELÇUK

I.1) Okumuslar Pide Salonu
Sahabettin Dede Caddesi 2, Selçuk, Turkie


II. ISTAMBUL

II.1)The House Café
Salhane Sokak No: 1 Ortaköy İstanbul - Turkie

II.2) Istambul 360°
Istiklal Caddesi – Misir Apt. K:8 N:311
Beyoglu – Istambul - Turkie

II.3) Alibaba
Atrás da Mesquita Sulleymaniye
Istanbul - Turkie

Quem sou eu

Minha foto
Olá, sou carioca e um grande apreciador de um bom prato. Com este intuito, tentarei escrever as minhas impressões sobre os restaurantes em que eu vier a comer - descrevendo qualidades e defeitos de cada um. Caso tenha o interesse de complementar as minhas opiniões, por favor, não deixe de contribuir. Restaurantes bons devem ser vangloriados, enquanto restaurantes ruins devem ser evitados. Não concorda? Então, vamos lá... Mãos ao garfo!